BAUHAUS
Foi uma escola de artes aplicadas de vanguarda surgida na Alemanha e que procurou renovar o ensino nesta área tomando por base novas teorias sobra a forma e a percepção. Para isso, buscou o fim da segregação entre o momento artístico-criativo e o técnico-material através da arte aliada à técnica industrial. A Bauhaus procurava aplicar os princípios da Gestalt ou psicologia da forma ao desenho de objetos. Nesse intento ela reuniu os principais intelectuais que se interessaram pelo tema na época, como Paul Klee, Wassily Kandinsky, Walter Gropius e Hannes Mayer.
Ao longo de sua história, a Bauhaus funcionou em três cidades alemãs e etapas distintas: em Weimar (1919-1925), em Dessau (1925-1932), e em Berlim (1932-1933). Sua principal marca está no trabalhos das oficinas, onde teoria e prática se interpenetravam, diluindo as barreiras entre os gêneros artísticos. Nos objetos criados aí se percebe uma forte tendência à abstração, mas sem menosprezar a razão prática de sua existência, ou seja, a funcionalidade. Ainda que o tempo de funcionamento da escola tenha sido pequeno, seu legado foi marcante não só pelas formas, mas também pelo maneira de ensinar.
ROTEIRO BÁSICO
Ao longo de sua história, a Bauhaus funcionou em três cidades alemãs e etapas distintas: em Weimar (1919-1925), em Dessau (1925-1932), e em Berlim (1932-1933). Sua principal marca está no trabalhos das oficinas, onde teoria e prática se interpenetravam, diluindo as barreiras entre os gêneros artísticos. Nos objetos criados aí se percebe uma forte tendência à abstração, mas sem menosprezar a razão prática de sua existência, ou seja, a funcionalidade. Ainda que o tempo de funcionamento da escola tenha sido pequeno, seu legado foi marcante não só pelas formas, mas também pelo maneira de ensinar.
ROTEIRO BÁSICO
PROPOSTA
Escola de artes e ofícios: origem, estrutura curricular, conteúdos e seriação.
Weimar - Dessau
CONCEPÇÕES
Teoria Gestáltica (W. Kandinsky e P. Klee)
CONCEITOS CHAVE
Nova objetividade, condições mínimas de existência, máquina de morar.
EXPRESSÕES CHAVE
Funcionalismo, racionalismo, desenho industrial.
REPERCUSSÃO
Objetos, mobiliário, habitação e urbanismo.
NOMES RELACIONADOS
Walter Gropius - 1º diretor da Bauhaus
Hannes Mayer - 2º diretor da Bauhaus
Mies van der Rohe - 3º diretor da Bauhaus
Ernest May
Ludwig Hilberseimer - propostas urbanísticas
Johannes Itten - currículo da Bauhaus
OBRAS E OBJETOS DE REFERÊNCIA

Sede Bauhaus Dessau

Cadeira Barcelona, Mies van der Rohe.
OBRAS E OBJETOS DE REFERÊNCIA
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Sede Bauhaus Dessau |

LEITURA OBRIGATÓRIA
Walter Gropius. Bauhaus Novarquitetura (1955)
W. Kandinsky. Ponto e Linha sobre Plano (1926)
D. Magdalena. Bauhaus: 1919 - 1933
D. Magdalena. Bauhaus: 1919 - 1933
DE STIJL
Movimento surgido nos Países Baixos, no início do século XIX, o termo De Stijl faz referência à revista homônima criada por Theo van Doesburg (1883-1931), Pieter Cornelis Mondrian (1872-1944) e Gerrit Thomas Rietveld (1888-1964), cujo objetivo era aproximar conceitos místicos e científicos na produção artística. Também conhecido por Neoplasticismo, tal movimento fez o percurso da arte para a arquitetura e vice-versa e buscava uma visão impessoal e objetiva, através de uma estética nova e universal.
Basicamente sua teoria consistia de conceitos retirados da física da luz, das noções de tridimensionalidade e da quarta dimensão, do desenvolvimento de uma arte abstrata calcada nas emoções provenientes da forma e da cor. Nesse sentido, um aspecto marcante de sua produção foi a busca de um princípio único de composição comum à pintura (bidimensional) e à arquitetura (tridimensional) aliado a uma noção de tempo psicológico de apreciação (durée). Em tal contexto a composição em si se assoma como o principal objetivo, emancipado das vicissitudes práticas e cotidianas.
ROTEIRO BÁSICO
Basicamente sua teoria consistia de conceitos retirados da física da luz, das noções de tridimensionalidade e da quarta dimensão, do desenvolvimento de uma arte abstrata calcada nas emoções provenientes da forma e da cor. Nesse sentido, um aspecto marcante de sua produção foi a busca de um princípio único de composição comum à pintura (bidimensional) e à arquitetura (tridimensional) aliado a uma noção de tempo psicológico de apreciação (durée). Em tal contexto a composição em si se assoma como o principal objetivo, emancipado das vicissitudes práticas e cotidianas.
ROTEIRO BÁSICO
PROPOSTA
Movimento artístico: proposições estéticas e metafísicas
CONCEPÇÕES
Teologia da forma: neo-platonismo, teosofia, matemática, plástica, metafísica, fronteiras da arquitetura e da pintura.
CONCEITOS CHAVE
Arquitetura dinâmica: anti-cúbica, anti-monumental, axonometrias; bidimensionalidade, tridimensionalidade e a quarta dimensão (o tempo); geometria (ângulo reto), cores primárias e abstração.
EXPRESSÕES CHAVE
Neoplasticismo, abstracionismo, concretismo.
REPERCUSSÃO
Artes plásticas, mobiliário.
NOMES RELACIONADOS
Gerrit Rietveld - Casa Schröder (1924, Utrecht/NL)
Mondrian - telas
Doesburg - telas e projetos
Mies van der Rohe - Pavilhão de Barcelona (1929)
Vantogerloo
Van't Ho
Oud
Schoenmaker
Henri Bergson
OBRAS E OBJETOS DE REFERÊNCIA
OBRAS E OBJETOS DE REFERÊNCIA
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Casa Schröder (1924, Utrecht/NL), Gerrit Rietveld |
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Cadeira Vermelha e Azul, Rietveld.
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Vitral, Doesburg. |
LEITURA OBRIGATÓRIA
Revista De Stijl. http://sdrc.lib.uiowa.edu/dada/de_stijl/
Theo V. Doesburg - Os dezesseis pontos de uma arquitetura neoplásitica (1924).
F., Giovanni - De Stijl
O., Paul - De Stijl
23 comentários:
Além dos comentários, o grupo deste semestre poderia contribuir com capas das revistas da Bauhaus e do De Stijl. Vejam se é possível anexar links.
Que elementos da Gestalt são comuns à Bauhaus e ao De Stijl? Como isso afetaria nossa percepção e concepção de objetos?
Abaixo seguem alguns links relacionados a revista De Stijl:
http://www.ubu.com/historical/de-stijl/index.html (neste link podem ser vistos alguns exemplares da revista De Stijl em PDF)
http://fragmentosdelcosmos.blogspot.com.br/2011/02/la-revista-de-stijl-1917-1932.html
http://www.iconofgraphics.com/Theo-Van-Doesburg/
Diversos elementos da Gestalt podem ser percebidos como comuns entre a De Stijl e a Bauhaus. À primeira vista, o plano, a linha e as cores são elementos comuns entre os dois movimentos. A formação do Movimento do De Stijl, conforme está supraescrito, vinha no intuito da busca pelo equilíbrio entre o individual e o universal, buscando uma arte impessoal e objetiva. Tal afirmação poderia também ser colocada frente ao contexto histórico da Bauhaus, que buscava a conciliação entre a produção industrial e arte, expressa em seu período incial pelo resgate do conceito de artesanato. Também poderíamos dizer que ambas procuravam um "anseio pela unidade" na busca pela noção de uma obra de arte em seus aspectos mais puros, deixando muitas vezes de lado a realidade, indo atrás de objetivos utópicos.
A psicologia Gestalt, é uma teoria desenvolvida na Alemanha durante os anos 20. A palavra Gestalt é intraduzível. Trata-se de uma palavra alemã que engloba ao mesmo tempo a ideia de forma e de estrutura. Esta teoria pretende demonstrar que não podemos perceber senão totalidades, fenômenos inteiros e estruturados, indissociáveis do conjunto no qual eles se inserem e sem o qual nada mais significam.
No campo da arquitetura, os arquitetos e designers da Bauhaus e do De stijl precisava ter noção de como os objetos funcionais interagiriam com o usuário, e foi então que surgiu a aplicação das ideias da Gestalt, que são a priorização da funcionalidade, do baixo custo e a produção em massa, sem esquecer de todos os princípios criativos envolvidos no processo. Era essencial que se abusasse da tecnologia desenvolvida pela humanidade, sem deixar de lado o campo das artes.
Davi Cardoso, Juliana Manfroi, Juliana Passos, Lucas Magnus e Marcela Coral
Está faltando a bibliografia. O grupo deste semestre poderia contribuir com sites e livros.
Quais as maiores semelhanças e as maiores diferenças da Bauhaus e do De Stijl? Seria possível listá-las?
Bibliografia:
1.O Experimentalismo e a influência da Teoria da Gestalt na área de Design Autores: BORTOLÁS, Natália; BOEHS, Gustavo; PERASSI, Richard; VIERIA, Milton L. H. Estudos em Design | Revista (online). Rio de Janeiro: v v. 21 | n. 1 [2013], p. 01 – 15 | ISSN 1983-196X Acesso: http://www.maxwell.lambda.ele.puc-rio.br
2. De Stijl na Bauhaus
O movimento De Stijl
Acesso: http://www.tipografos.net/bauhaus/stijl-na-bauhaus.html
3. Bauhaus Dessau
Acesso: http://www.bauhaus-dessau.de/architecture-5.html
4. Neoplasticismo na Arquitetura
Acesso: http://arquitetandoblog.wordpress.com/2009/04/25/neoplasticismo-na-arquitetura/
5. Elementarismos - Poéticas pictóricas das vanguardas novecentistas e sua influência no movimento moderno
Acesso: http://au.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/187/artigo153333-3.aspx
6. http://www.moma.org/collection/theme.php?theme_id=10199
7. http://www.destijl.xpg.com.br/artistas.htm
8. http://destijlthac.blogspot.com.br/
9. ABC da Bauhaus
Autores: Ellen Luptone JAbbott Miller - Editora COSACNAIFY
10. Bauhaus: conjuntura política e trajetórias
Convergências – número 06 – Revista de Investigação e Ensino das Artes
Janine Pedrotti, Paula Brizola, Scheila Stoffel, Victória Rammé
Postado por Janine Pedrotti dia 18 de junho de 2014
Durante todo o século 20, princípios neoplasticistas permaneceram com intensa aplicação no ocidente. Esse fato não deve ser entendido pelas particularidades espirituais dos movimentos, mas sim, como a adequação à realidade da época. Com o final da segunda guerra e decorrentes problemas sociais, a época era de agnosticismo e materialismo. A simplicidade extrema facilitava a transmissão dos conceitos e técnicas. A matemática, o funcionalismo, o apelo visual e a severidade da composição eram adequados. Tanto a Bauhaus como o De Stijl tinham como alguns dos princípios estruturadores o funcionalismo, a desvinculação de tendências arquitetônicas e decorativas, a valorização da pré-fabricação, do aproveitamento das tecnologias e do design moderno. Porém, apesar de algumas semelhanças com as ideias difundidas pela Bauhaus, o movimento De Stijl tinha seus princípios extremamente abstratos, o que limitou a sua adoção em objetos arquitetônicos. Pode-se comparar os diferentes meios de utilização da teoria da forma (Gestalt) nos dois casos: enquanto que na Bauhaus as formas geométricas puras eram articuladas, no De Stijl as formas era soltas, independentes e retilíneas, formavam ângulos retos entre si. Em ambos os casos, a Gestalt foi elemento importante e exposto, entretanto, com abordagens e portanto, percepções diferentes.
Janine Pedrotti, Paula Brizola, ScheilaStoffel, Victória Rammé
Postado por Janine Pedrotti dia 18 de junho de 2014
A noção de funcionalidade está presente tanto na Bauhaus como no De Stijl. Só que não parece ser algo determinante ou exclusivo. Salvo no caso das iniciativas de Hannes Meyer, a funcionalidade está quase sempre acoplada a outra sorte de operações compositivas como as derivadas da Gestalt (Bauhaus) ou da busca de um princípio elementar (De Stijl). Será que é possível dar alguns exemplos disso?
O movimento De Stijl, em um primeiro momento, expressa sua suposta essência funcionalista através de seu principal meio difusor, a revista que leva o nome do movimento, em que seu conteúdo era disposto em duas colunas, para permitir que o manuscrito fosse dobrado e guardado com facilidade, e em que a fonte era tipografada em formato padrão. No entanto, a capa do manifesto era trabalhada de forma a chamar a atenção do leitor pelo seu design, contradizendo seu princípio exclusivamente funcionalista.
Além disso, como princípios gerais, o movimento Neoplasticista pregava a universalidade pela redução ao essencial. No entanto, tal doutrina é contraditória à redução à essência de forma e cor, que se reduziam a composições de linhas retas verticais e horizontais e às cores azul, amarelo, vermelho, preto e branco, princípios claramente opostos ao caráter estritamente racionalista pregado pelo movimento. Outro exemplo significativo e contraditório do movimento é a Casa Schroder, em que o aspecto fundamental a se destacar é a independência visual formal de cada parte, com a exclusividade de ângulos retos e das cores pregadas pelo movimento.
Com relação à Bauhaus, segundo pregava a escola, a base de toda a estética bauhauseana se encontra no princípio da funcionalidade racional de todos os objetos e dos espaços habitáveis. De acordo com a frase chave do movimento, a forma segue a função, ou seja, a forma é resultado da funcionalidade do objeto ou do espaço, dando-se ênfase à forma (Gestalt) e à formação da forma (Gestaltung), resultando na abstração das formas geométricas simples e essenciais e nas cores primárias.
No entanto, embora pregassem o contrário, não só o funcionalismo importava, uma vez que se percebe uma clara preocupação com a beleza dos objetos e obras arquitetônicas. Como exemplo, pode-se citar o icônico Infusor de chá MT 49, de Wilhelm Wagenfeld, que demonstra uma preocupação estética da forma, pois, se só sua função importasse, o mais natural seria manter a forma dos infusores já existentes, que já cumpriam de maneira satisfatória a necessidade do usuário.
Arthur Luiz, Cecília Pozza, Fernanda Brandalise, Graziella Zago, Luciana Silva, Paula Deppermann e Shani Stein (Grupo 1)
Existem diversas maneiras de se cumprir uma função e as escolhas ao longo de um processo criativo são influenciadas fortemente por princípios estéticos. Os movimentos estudados são apenas mais uma manifestação de tal fenômeno, portanto muitos exemplos podem ser citados para confirmar essa ideia. As cadeiras Wassily, Barcelona e Red & Blue, por exemplo, cumprem de formas muito diferentes, a função básica de uma cadeira. O mesmo poderia-se dizer da Casa Schröder, que cumpre a função de casa como abrigo e espaço de habitar, tão bem quanto outros exemplares de seu entorno, apesar das diferentes formas.
André Fauri, Gabriel Pozzobom, Pedro Dal Molin e Rafael Berny
A Bauhaus e o De Stijl rejeitam não apenas o ornamento mas também a noção de arte figurativa, ou seja, aquela ligada à representação pictórica da natureza. Para a arquitetura isto representa a troca dos ornamentos por uma nova concepção do espaço arquitetônico - a espacialidade. Após quase um século, poderíamos ainda questionar se esta foi uma boa troca e se tudo de fato se concretizou tal como proposto. Terá sido de fato uma boa troca? O que ganhamos e o que perdemos com isso?
O discurso da Bauhaus e do De Stijl consistia em uma nova arquitetura que deveria buscar a totalidade e a satisfação tanto das necessidades econômicas como das estéticas. A mecanização deveria ser usada para o bem-estar coletivo e foi concebida, sobretudo, para evitar a escravização da humanidade pela máquina, através do projeto, isto é, tudo o que fosse produzido pela indústria deveria ser projetado. O desenho industrial inclui tanto o plano urbanístico de uma cidade quanto um utensílio caseiro.
Na época acreditava-se que transformariam o contexto social mundial, trazendo progresso e melhorando as condições de vida das pessoas. Houve a democratização do design, porém, a sociedade teve que se re-organizar em torno de um modo de vida industrial e essa mesma indústria foi se fortalecendo e perdendo o sentido inicial, tendo como objetivo principal o consumismo para gerar lucro.
As novas concepções de arquitetura se diferenciavam bastante daquilo que até então era vigente. Pode se observar que esse novo estilo tornou tanto a arquitetura em escala de interiores quanto os projetos de urbe, uma arquitetura mais prática. No entanto, essa característica também confere um caráter de imparcialidade ao que é criado: é tudo muito objetivo, os usuários já não possuem uma identidade refletida no seu lugar. Essa “praticidade” que se desenvolveu, primeiro, no interior das fábricas, que se refletiu nas cidades e casas. Também gerou influencia no modo de vida dos usuários, a partir dali, as pessoas também precisavam de tudo mais rápido, de coisas prontas e objetivas.
Um dos pontos positivos dessas novas concepções foi que se desfez a idéia de cenário das casas, essas escolas buscavam por fim aos ideais que remetiam a realeza e posições sociais mais elevadas.
Uma característica do De Stijl, a propaganda em revistas, também teve destaque e gerou uma forte influencia nos dias de hoje: as revistas/publicações em geral divulgam o que há de mais atual e o que deve ser objeto de desejo das populações mais cultas. No entanto, a classe de pessoas que não tem acesso a essas informações, não costuma entender o que confere valor aos objetos oferecidos.
Carla Priscila Brito, Carolina Ongaratto, Emanoele Colling, Fernanda Germani, Júlia Cadore, Larissa Goveia, Maria Júlia Maldaner, Patrícia Magno.
A Revolução Francesa modificou tudo ao redor, até áreas mais conservadoras da sociedade.
Apesar de surgir mais de um século após a queda da Bastilha, o aparecimento da arquitetura modernas em plenitude foi à resposta dos arquitetos ao mundo legado por essa revolução.
Essa nova concepção arquitetônica moderna reage ao passado clássico desenvolvendo os ideários da mesma: liberdade, igualdade e fraternidade. O individuo torna-se o centro, única medida; a democracia é o sistema, todos tem voz.
A materialização de tudo isso, na concepção da Bauhaus, liberta o arquiteto dos cânones clássicos que restringiam o raio de ação do projetista, que até então, grosso modo, era restrito a escolher entre usar jônico, dórico ou coríntio. Em oposição a tudo isso, o modo de projetar moderno, empregado na escola Bauhaus é subjetivo, se baseando na intenção formal do arquiteto, o sujeito é que é determinante, não uma ordem externa ao projeto.
Onde mais podemos notar essa concretização? Ao mesmo tempo em que a representação realista da natureza era rejeitada, se negava também o caráter elitista da arte até então estabelecido. Agora, a arte fomentada na Bauhaus, emanava do trabalho em conjunto, de um grupo de pessoas trabalhando em comunhão e não de apenas uns poucos detentores de recursos técnicos, financeiros e intelectuais. Logo, um cubo liso passou a ter seu caráter de beleza considerado, e um edifício adornado, um horror.
É possível “apalpar” o conceito de solidariedade presente na arquitetura moderna, na figura das habitações sociais, por exemplo; pode-se afirmar que são a materialização do conceito da função social da arquitetura, ideia tipicamente moderna.
Pode-se também argumentar do ponto de vista artesanal, da arte que se produzia enquanto os edifícios eram ricamente adornados. O trabalho do artesão não é mais necessário, do ponto de vista arquitetônico, o que pode ter gerado uma subvalorização desse tipo de arte, perdeu-se no tempo.
Analisando friamente, podemos admitir que as ideias pregadas pela arquitetura moderna são o reflexo do desenvolvimento da sociedade e da evolução da técnica. Ou seja, com o advento de novas formas e materiais de construção, o adorno não mais faz sentido, não compõem mais, por exemplo, com uma edificação de visual industrial, não cabem nela adornos ou ordens clássicas. Há também a questão de universalização da linguagem. Determinado edifício pode ser construído em qualquer lugar do mundo que jamais será rotulado como esse ou outro estilo, ao contrário do edifício adornado, que reflete, necessariamente, suas raízes e o espírito e técnicas vigentes quando da sua construção.
Na doutrina de Viollet-le-Duc o conceito de funcionalidade dependia de uma obediência imperativa aos preceitos de um programa de necessidades e a "novidade estética" consistia em aceitar o resultado "a posteriori" de um processo. Na Bauhaus de Hannes Meyer a coisa ía pelo mesmo caminho, mas com um porém. Em relação ao Existenzminimum, certos itens do programa de edificação operária, por exemplo, impediam a redução de certas dimensões dos compartimentos. Por outro lado, os aspectos estéticos eram em geral deixados de lado ou simplesmente desprezados em detrimento da racionalização dos processos construtivos ou da redução de custos. Sendo assim, pelo abandono da "venustas", estaria Meyer se distanciando do problema arquitetônico em favor da construção? Seria sua proposição de fato "anestética"? Seria possível imaginar alguma consequência imediata disto?
A segunda fase da Bauhaus é caracterizada pela predominância do pensamento funcionalista em detrimento da arte. De acordo com Hannes Meyer, a vida é uma função e a arte seria algo sem objetivo, assim a construção deveria se orientar conforme as necessidades biológicas dos usuários.
Segundo Meyer, "construir é um processo biológico. Construir não é um processo estético - a nova habitação, na sua forma elementar, converte-se não só numa máquina para habitar, mas também num aparato biológico que satisfaz as necessidades do corpo e da mente", tendo a arquitetura a definição de construção.
Não se pode afirmar que o conceito de "venustas" tenha sido abandonado, mas sim transformado: o que se considerava anteriormente como belo - a ornamentação e o uso de elementos clássicos - passa a ser algo ultrapassado. Assim, há uma aproximção maior do conceito de "utilitas" e um afastamento do conceito de "venustas". De acordo com Meyer, o construir é considerado algo científico, mas o arquiteto nao é considerado um cientista, sendo a arquitetura a ciência da construção.
Portanto, nao há um afastamento total do problema arquitetônico; a construção, tal qual a função, é prioridade na concepção do projeto arquitetônico - ou seja, o utilitas e o firmitas são considerados a priori.
Sua proposição pode ser considerada anestética no que concerne ao processo de concepção, por desconsiderar questões estéticas a priori. Entretanto, levando-se em conta a composição final, a estética pode ser percebida como o resultado da função.
Consequentemente, ocorre a padronização e a industrialização do design, de forma que a estética funcional presente nos objetos cotidianos não seja fruto de uma intenção e sim, uma consequência de um processo projetual que visa atender às necessidades do usuário.
Resposta em nome de Adriana Sabadi, Aline Zanchet, Júnia Neumann, Nathana Parise e Rebeca Salazar (grupo 1)
Para Hannes, critérios sociais e científicos foram tratados como componentes da mesma importância no processo de elaboração dos projetos. Ele citava como únicos motivos para se construir uma casa coisas como "hábitos de dormir, conforto, higiene, vida sexual, entre outros", todos comuns ao se tratarem das funções básicas de uma casa tradicional. Segundo ele "examinamos o cotidiano de quem vive na casa e isso nos dá o diagrama funcional -diagrama funcional e o programa econômico são as determinações principais do projeto de construção." Dessa forma é notável a importância que o arquiteto dava ao utilitas e, consequentemente, ao firmitas. Ele apenas deixava o venustas a posteriori, mas de forma nenhuma se distanciando do problema arquitetonico, mas somente tratando o venustas como uma consequencia do processo projetual mais cientifico e racional.
Sendo assim, pode-se considerar sua proposição anestética quanto à maneira de concepção, mas se for considerado o arranjo final, a estética pode ser percebida como o resultado da função.
Esse mesmo método, onde a estética funcional é uma consequência do processo projetual que prioriza a função e as necessidades do usuário, ocorreu, consequentemente, no design, assim como a padronização e a industrialização do mesmo.
Resposta em nome de Ana Claudia Mantovani,Douglas Martini, Giovana Nogueira, Mauricio Schavinski, Ruti Conrad,Tainara Comiotto e Talita Martins.
As teorias da Gestalt e as ideias do abstracionismo tiveram forte repercussão na Bauhaus e no De Stijl. Será que poderíamos mencionar alguns aspectos deste legado ainda presentes na arquitetura feita hoje ou será que podemos considerar tudo como passado?
As teorias da Gestalt e as ideias do abstracionismo tiveram forte repercussão na Bauhaus e no De Stijl. Será que poderíamos mencionar alguns aspectos deste legado ainda presentes na arquitetura feita hoje ou será que podemos considerar tudo como passado?
Os conceitos iniciados na Bauhaus e no De Stijl permanecem até os dias atuais. As teorias da Gestalt e as ideias do abstracionismo surgiram a partir da ideia de se simplificar as formas a fim de que seus resultados finais sirvam somente à função que cumprirão. Ou seja, ornamentos e elementos que não servem à função do objeto são desnecessários e não precisam fazer parte da composição. Dessa forma, procurava-se abstrair os elementos e simplificá-los ao máximo, à luz de sua função. O resultado desse processo pode ser visto nos produtos que dele foram desenhados: mobiliários, edificações, maçanetas de porta e até mesmo tipografias. Esse tipo de design é seguido até os dias atuais, principalmente por representar uma forma de design muito racional, que leva em conta, inclusive, aspectos econômicos, o que, em geral. possibilita um projeto eficiente (simplificar a forma relacionando-a à função possibilita melhor aproveitamento de espaço e economia de material, no momento em que ornamentações e áreas em excesso são deixadas de lado). Nesse sentido, também se relacionam os conceitos levantados pela Gestalt: segundo eles, procuramos sempre interpretar da forma mais simples as informações que recebemos, e, por meio das chamadas “Leis da Gestalt”, podemos agrupar os elementos de uma edificação, por exemplo, de modo simples e racional, abstraindo sua forma e adequando-a às suas funções, tanto em volume, quanto em planta baixa e em layout.
Na arquitetura produzida hoje, percebe-se esses valores por meio da produção de edificações de formas simples, ligadas às formas geométricas básicas, que apresentam, dentro de suas composições, formas que parecem ser separadas, porém com unidade entre si por meio de esquadrias semelhantes, cores em comum e até proximidade entre elas, dentre diversos modos compositivos. Ainda, usa-se, como produzido na Bauhaus, linhas retas e ornamentação praticamente inexistente. Além disso, usa-se muito a repetição de elementos e há a preocupação de agrupá-los de modo simples e agradável, seguindo a Gestalt. A simplicidade e o minimalismo ainda são as características que norteiam as obras de hoje. A arquitetura modernista já mostra esses valores em suas obras, por meio da produção de formas simples com relações entre si, sem ornamentos e com caráter industrial, no sentido da produção em série e modular, como pode ser visto nas casas de Le Corbusier e nos edifícios de Oscar Niemeyer, em Brasília. A arquitetura contemporânea segue com esses valores por representar uma forma de projetar muito racional, principalmente.
Resposta do grupo 01: Beatriz Ferreira, Caroline Ghessi, Caroline Malaggi, Diana Seibel, Franciele Bonoldi, Raquel Brum e Viviane Garcia
A busca pela expressão e não pela representação real no movimento abstracionista acabou por sintetizar os elementos compositivos, desprendendo-se de todo o excesso de cor, linhas e formas. Ao mesmo tempo, o ritmo crescente e acelerado do desenvolvimento industrial no início do século XX foi um fator de extrema importância para que a abstração se tornasse uma tendência bem aceita e que se propagasse na arquitetura como uma maneira adequada ao contexto econômico da época em desenvolver projetos focados na funcionalidade e valorização do espaço, desprendendo-se do historicismo e todo o peso dos adornos e referências do passado, muitos sem função alguma.
Piet Mondrian com a criação do neoplasticismo, influenciado pela arquitetura japonesa, buscou o rigor geométrico com o uso da matemática e com relações formais usando cor, linhas e formas básicas despojadas de excesso. Mondrian que viu na Bauhaus a oportunidade de difundir o De Stijl, junta-se a Escola e acaba por influenciar arquitetos e artistas modernistas, sendo, dessa forma, inegável que nos influencia até os dias atuais.
Já o gestaltismo, tendo em vista que trata-se de uma doutrina que define princípios formais de composição e percepção com base em estudos psicológicos, mais do que nunca é presente até hoje. Podendo até se pensar, quem sabe?!, como uma descoberta e não uma criação. A Teoria da Forma, no campo da arquitetura, pode continuar a ser aplicada como uma maneira para desenvolver composições mais claras e pregnantes (podendo arriscar dizer-se até que de forma inconsciente), que podem tornar o objeto arquitetônico ou mesmo os espaços urbanos mais assertivos, que busquem a clareza das formas e estabilidade visual aos observadores e/ou usuários.
Resposta do Grupo 1 da Turma A - 2016/1 composto por Gustavo Diaz, Luísa Pohren, Mariana Froner e Ulisses Romano.
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